A construção de um novo parque eólico reacendeu uma antiga disputa territorial entre Brasil e Uruguai. A controvérsia gira em torno de uma faixa de terra com cerca de 200 km², conhecida como Rincão de Artigas, localizada na fronteira entre os dois países.
Segundo o governo uruguaio, a demarcação da fronteira na região foi feita de forma equivocada há quase um século, e por isso o país não reconhece a área como pertencente ao Brasil. Já do ponto de vista brasileiro, o território integra oficialmente o município de Santana do Livramento (RS).

A polêmica ganhou força após a construção do Parque Eólico Coxilha Negra, empreendimento da Eletrobras iniciado em 2022. A usina entrou em operação em julho de 2024 e está situada exatamente na área contestada, o que gerou reação do governo uruguaio.
Em junho deste ano, o Ministério das Relações Exteriores do Uruguai divulgou uma nota oficial declarando que não reconhece a soberania brasileira sobre o território. No comunicado, o governo do país vizinho defende a retomada do diálogo bilateral para discutir a disputa territorial, que permanece sem solução definitiva há décadas.
O Rincão de Artigas é uma região de baixa densidade populacional e tem formato triangular. Apesar de pouco habitada, seu valor geopolítico e estratégico voltou ao centro das atenções com o avanço da geração de energia renovável no local.
Com informações de G1 Notícias